Ao longo do tempo, este local teve
diversas designações.
Por volta do séc. VIII a.C., foi criado um entreposto
comercial no morro da Sé e surgiu o primitivo nome OSSÓNOBA, que deriva
da expressão fenícia OSSON ÊBÁ e que significa armazém no sapal.
Durante o período romano,
desenvolveu-se na cidade uma importante comunidade cristã ligada ao culto de
Santa Maria. No séc. V, com a conquista visigoda e como resultado da
cristianização da cidade, surgiu a denominação SANTA MARIA DE OSSÓNOBA. No
início da ocupação árabe, o nome OSSÓNOBA prevaleceu referindo-se tanto à
cidade como à região, podendo escrever-se UKXUNBA, UKXUNUBA ou UKXUNYA.
Durante as revoltas moçárabes do
séc. IX, desapareceu o termo OSSÓNOBA imperando o de SANTA MARIA ou SANTA MARIA
DO OCIDENTE, em oposição a Santa Maria do Oriente, junto a Valência.
No séc. XI, após o governo de Said
Inb Harun na taifa de Santa Maria, a cidade passou a designar-se SANTA MARIA
IBN HARUN.
Antes da conquista da cidade por D.
Afonso III, os Cruzados que se dirigiam para a Palestina, atribuíram-lhe
diversas designações – SANCTA MARIA DE HAYRUN, SACTAM MARIAM DE PHARUN, SANCTA
MARIA DE FARUN, HAIRIN, HAIRUN, PHARUM, e FARUN.
No séc. XIII, os portugueses
designaram a cidade por SANCTA MARIA DE FAARON ou SANCTA MARIA DE FAARAM.
Entre os séculos XIV e XVII, o nome
evoluiu para FAROO e FARÃO.
No séc. XVIII, a cidade adquiriu o
seu nome atual – FARO.
Esta cidade milenar, de origem pré-romana, encontra-se protegida pelo cordão dunar das
ilhas da Ria Formosa.
A Ria Formosa atraiu a presença humana desde o Paleolítico.
A Ossonoba pré-romana é pouco conhecida mas
sabe-se que teve uma ocupação pelo menos desde o séc. IV a.C.
O aglomerado populacional primitivo ocupava
uma pequena área onde hoje se situa a Vila-a-Dentro. Esta pequena colina ficava
quase isolada de terra firme e durante a maré cheia podia transformar-se numa
ilha.
Ao chegarem a Ossonoba os romanos reorganizaram este local. A
cidade passou a ter 2 núcleos principais: o centro monumental – fórum – que se
situava no atual Largo da Sé; e o núcleo que ficava fora das muralhas,
constituindo sobretudo uma zona comercial e industrial.
Foi sede de bispado a partir do séc. III e durante o período visigótico.
A cidade de Ossonoba e o restante território algarvio foram
conquistados em 713-714 d.C., mantendo-se a urbe como capital até ao séc. X
d.C..
No período romano, Faro estabeleceu-se como um dos mais importantes
centros urbanos do sul da península ibérica.
Depois de um período de instabilidade político-militar islâmica, Faro
foi integrada, em 1249, no território português, concluindo a reconquista
cristã do espaço geográfico que é hoje Portugal.
Nos séculos seguintes, Faro tornou-se uma cidade próspera devido à sua
posição geográfica, ao porto seguro e à exploração e comércio de sal e de
produtos agrícolas
do interior algarvio, fomentados com os Descobrimentos. Neste período, tinha uma importante e activa
colónia judaica que, no final do séc. XV, imprimiu localmente o primeiro livro português.
Entre os sécs XV e XVI, destacou-se nas viagens marítimas
portuguesas.
Em 1499, reconhecendo o crescimento da cidade, o rei D. Manuel promoveu
uma profunda alteração urbanística com a criação de novos equipamentos – um
hospital, a Igreja do Espírito Santo (mais tarde reconstruída e administrada
pela Misericórdia), a alfândega, um açougue, etc. - fora das alcaçarias e junto
ao litoral.
Em 1540, Faro foi elevada a cidade e, em 1577, a sede do bispado do
Algarve foi transferida de Silves. O saque e o incêndio, em 1596, pelas tropas
inglesas do conde de Essex, danificaram e empobreceram a cidade.
Faro é a capital do Algarve desde o séc. XVI.
Os séculos XVII e XVIII foram um período de expansão para Faro, cercada
por uma nova cintura de muralhas, durante o período da Guerra da Restauração
(1640/1668), que abrangia a área edificada e terrenos de cultura, num amplo
semicírculo em frente à ria.
Até finais do séc. XIX, a cidade manteve-se dentro desses limites.
Posteriormente expandiu-se, abrangendo uma zona rural onde a actividade
agrícola era intensa.
A cidade de Faro apresenta uma arquitectura diversificada. Prevalecem
as ruas estreitas onde se podem observar casas revestidas de
diversos padrões de azulejos ou pintadas de branco ou amarelo, com telhados de quatro águas ou de tesoura e
chaminés rendilhadas.
O centro histórico da cidade de
Faro é constituído por 3 núcleos: Vila Adentro, Mouraria e Bairro Ribeirinho.
Vila Adentro, também conhecido por Cidade velha, é o mais
antigo núcleo histórico de Faro e alberga um valioso património, podendo-se
destacar a Sé Catedral, o Convento de Nossa Senhora da Assunção, o Paço
e Seminário Episcopal, e as residências fidalgas
da Família Cortes, dos Sárrias, do Capitão Manuel de Oliveira, e de José Maria
Assis. Este núcleo
encontra-se rodeado por uma muralha seiscentista e pode ser acedido através do
Arco da Vila, do Arco do Repouso, do Arco da Porta Nova ou da Rua do Castelo.
Na Mouraria pode-se destacar o Palacete Belmarço e o Banco de
Portugal.
No Bairro
Ribeirinho encontram-se o Palácio Bívar, o Solar do Capitão-Mor, a Casa dos
Lamprier, e a Casa dos Azulejos.
No final do
séc. XIX, a cidade começou-se a expandir para fora das muralhas, zona antigamente ocupada por
quintas e explorações agrícolas que envolviam Faro. A burguesia enriquecida
fixou-se aqui em residências luxuosas, tais como o Palácio Fialho, o
Palácio Guerreirinho, a Vivenda Marília, e a Casa Mateus de Silveira.
Cidade de
Faro
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Gentílico
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Farense
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Dia da cidade
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7 de Setembro
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