São Brás de Alportel é
considerado o Concelho mais jovem do Algarve e é constituído por uma freguesia.
A sua área abrange cerca de 150 Km2 e situa-se no coração do
sotavento algarvio, entre o barrocal e a serra, fazendo fronteira com os
concelhos de Faro, Olhão, Tavira e Loulé.
A proximidade com a Serra do
Caldeirão a norte e a linha de cerros a sul são responsáveis pelo clima
saudável e paradisíaco desta tranquila região.
Nas diversas paisagens deste
concelho destaca-se a sua beleza natural. Nos
vales predominam diversas flores silvestres. Os povoados de 4 ou 5
casas e os antigos moinhos de vento permanecem
no cimo dos montes. Encontram-se também aqui vastos espaços verdes,
amendoeiras, figueiras, alfarrobeiras e romãzeiras.
Os antepassados dos
são-brasenses eram muito religiosos e viam as montanhas, as pedras e as fontes
como as suas divindades.
Na última década, a
população deste concelho registou um dos maiores crescimentos do país e de
acordo com o Censos 2011, habitam aqui 10 662 pessoas, com maior incidência na
zona do barrocal.
Concelho de São
Brás de Alportel - População Residente em 2011
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Freguesia
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São Brás de
Alportel
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10 662
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Total
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10 662
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A ocupação humana do
concelho de São Brás de Alportel remonta à pré-história, datando desde o período Paleolítico. Os
achados arqueológicos deste município demonstram um importante legado romano (ex. Calçadinha Romana; e fragmentos
de cerâmica) e islâmico (ex.:
artefactos cerâmicos, designadamente louça de mesa - púcaros, bilhas, jarrinhas, tigelas, copos
e pratos, de cozinha
- panelas, tampas,
caçoilas e alguidares, de armazenamento e transporte - potes, cântaros e talhas, de iluminação - candis, e de construção; e artefactos metálicos, nomeadamente moedas
de prata (dirhemes - moeda quadrada) e de ouro (dinar - moeda redonda)).
Foi a civilização
árabe que teve o maior papel no desenvolvimento da região. Foram os árabes que
deram o 1º nome à vila “Xanabus”, considerada uma das mais importantes do
Algarve durante o domínio árabe. No séc. XII, nasceu aqui o grande poeta e
político árabe Ibne – Ammar, que exercia uma forte influência junto ao Califado
de Córdova.
A primeira alusão a São Brás aparece referenciada na fonte árabe
al-Hulla al-Sayara, obra escrita no século XIII por Ibn al-Abbar, onde surge
sob a forma de Xanabûx.
Existem algumas lendas de mouras encantadas
associadas à época islâmica, como a Lenda de Branca Flor, que conta a história
de uma princesa que ficara condenada a viver para sempre nestas serras, andando
ainda hoje por aqui até que alguém quebre o encantamento.
Na toponímia de São Brás de Alportel permanecem alguns
nomes de origem árabe, como por ex. Alcaria, Almargens, Alportel, Bengado, Desbarato, Javali,
Mesquita
e Mourato.
No séc. XV, anexa
a Santa Maria de Faro, a freguesia de São Brás de Alportel era um local com uma
simples ermida. O primeiro documento referente a São Brás de
Alportel data de 1518.
São Brás de
Alportel foi reconhecida como freguesia no início do séc. XVII. Desde então,
tornou-se residência de veraneio dos bispos do Algarve, atraídos pelo excelente
clima da região.
Este município
registou um crescimento repentino graças a ser o local de cruzamento das
estradas, construídas no séc. XIX, que ligavam Loulé a Tavira e Faro a
Almodôvar. No final do séc. XIX, São Brás de Alportel era a freguesia mais rica de Faro e, em 1912, era considerada a
maior freguesia do concelho de Faro. O crescimento da população e a sua
importância económica foram factores decisivos para a sua elevação a concelho
no dia 1 de Junho de 1914.
São Brás e Alportel eram
duas povoações vizinhas separadas por pequenas quintas e pomares. No entanto,
quando São Brás foi elevada a vila, ficou conhecida como São Brás de Alportel.
As principais
actividades económicas são-brasenses baseiam-se na agricultura, mais precisamente
na de sequeiro e na de regadio; nas indústrias da cortiça, de calcário, de
brecha, transformadora, e de mobiliário; na construção
civil; no comércio agro-pecuário; na silvicultura; e no turismo.
As explorações agrícolas ocupam aproximadamente 62% da área do concelho
de São Brás de Alportel.
S. Brás de Alportel
foi durante anos o maior e mais importante centro corticeiro do país, tendo
sido considerado a capital da cortiça. Os primeiros métodos revolucionários
nesta actividade foram utilizados neste local. O facto de esta ter sido uma das
povoações de Portugal com maior densidade populacional, deve-se sobretudo à
indústria da cortiça. Nas últimas décadas, a indústria transformadora da
cortiça foi transferida progressivamente para o centro e norte de Portugal. No
entanto, apesar da concorrência
e das características deste mercado, a indústria corticeira
manteve-se até à actualidade neste concelho, com algumas fábricas em
funcionamento, com
tecnologia de ponta, que exportam para vários países europeus aquela que é
reconhecida como a melhor cortiça do mundo, extraída da
extensa área de sobreiros
da Serra de São Brás de Alportel. Foi
graças à cortiça que S. Brás de Alportel desenvolveu o seu comércio e indústria
e enriqueceu o seu património arquitectónico civil, onde se pode encontrar e
apreciar lindas casas dos séculos XVIII e XIX, sendo uma dessas casas o actual
Museu Etnográfico do Traje. Esta actividade conserva assim uma elevada importância económica,
histórica e cultural neste concelho.
Recentemente, surgiu uma empresa que diversificou a
utilização da cortiça, designadamente em produtos de decoração e uso pessoal. Estes
novos produtos de cortiça alcançaram o sucesso a nível internacional.
A indústria transformadora concelhia valoriza os
recursos locais, sendo formada essencialmente por indústrias de pequena
dimensão, em ramos tradicionais, centrando-se as suas actividades em 3
sectores: alimentação e bebidas, indústria da madeira e da cortiça, indústrias
metalomecânicas.
A indústria extractiva no concelho encontra-se em
expansão, nomeadamente a extracção de calcário e de brecha, devido ao desenvolvimento
do mercado regional da construção civil e obras públicas e da alteração dos
hábitos no tipo de material decorativo dos interiores e do mobiliário, a nível
nacional e internacional.
Em S. Brás de
Alportel realizam-se algumas festividades. Por exemplo, no Domingo de Páscoa,
que é considerado um dia sagrado, celebra-se a Ressurreição de Jesus Cristo com
uma festa centenária, de beleza e características únicas no país, designada por
Procissão das Tochas Floridas. As tochas são decoradas com rosmaninho, alfazema
e outras flores campestres. Esta cerimónia realiza-se há séculos e é um misto
de religioso e pagão. Na procissão só participam os homens, formando alas e
empunhando uma tocha florida e clamando: “Ressuscitou como disse, aleluia!”.
A Feira da Serra
decorre todos os anos no último fim-de-semana de Julho na Casa da Cultura
António Bentes, que se encontra instalada no Museu Etnográfico do Traje. Esta
feira surgiu de uma organização conjunta da Associação IN LOCO e a Câmara
Municipal, no verão de 1993 e desde então tem atraído um elevado número de
pessoas. Este evento conta com a participação de artesãos de todo o Algarve e
Baixo Alentejo, podendo-se também aqui apreciar a gastronomia e o folclore.
No verão, realizam-se
bailaricos e festejam-se os santos populares.
A 1 de Junho comemora-se
o dia do concelho de São Brás de Alportel. Nesta data, são recordados aqueles
que lutaram para que São Brás fosse elevado a concelho.
Em relação ao
artesanato tradicional, destacam-se as peças de tapeçaria, de madeira (ex.:
cadeiras e colheres) e de verga (ex.: cestas e canastras). Encontram-se também
aqui vassouras e pincéis de palma; cantarias; tijoleiras e telhas; ferros
forjados; miniaturas de carros típicos; peões; e trabalhos em latão.
Relativamente à gastronomia, existe a açorda de poejos, as sardinhas em molho de tomate com batatas, e o jantar típico de feijão com massa. Quanto às sobremesas destacam-se os doces de amêndoa e, na Páscoa, as amêndoas tenras e as amêndoas de pinhão. Na zona serrana do concelho podem-se apreciar produtos caseiros, tais como o mel e os seus derivados e a aguardente de medronho.
Relativamente à gastronomia, existe a açorda de poejos, as sardinhas em molho de tomate com batatas, e o jantar típico de feijão com massa. Quanto às sobremesas destacam-se os doces de amêndoa e, na Páscoa, as amêndoas tenras e as amêndoas de pinhão. Na zona serrana do concelho podem-se apreciar produtos caseiros, tais como o mel e os seus derivados e a aguardente de medronho.
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