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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Cidade de Silves

A cidade de Silves é a sede do concelho de Silves e situa-se na margem do rio Arade, entre a serra e o litoral.
Desde tempos longínquos, o rio Arade constituiu uma via de navegação para os barcos dos povos do Mediterrâneo - fenícios, gregos e cartagineses - atraídos pelo cobre e ferro extraídos no ocidente algarvio.
É à navegabilidade do rio Arade e à sua posição estratégica no alto de um morro dominando um vasto espaço que Silves deve a sua fundação, possivelmente durante o domínio romano.
Por volta de 714/ 716, com o início da ocupação muçulmana, Silves transformou-se numa cidade próspera. No séc. XI, no tempo do domínio árabe, Silves era a capital do Al-Gharb e um centro cultural onde residiam sábios de diversas áreas, destacando-se poetas, músicos, filósofos e historiadores. Os árabes deram-lhe o nome de Shelb. 
A ocupação muçulmana do actual território algarvio e a prolongada permanência e superioridade cultural dos povos árabes mantiveram-se desde o séc. VIII até ao séc. XIII, e marcaram a história e o urbanismo da cidade.
Em finais do séc. XII, Silves encontrava-se fortificada, repleta de palácios, bazares com artigos orientais; e cercada por pomares e jardins. A proximidade do rio Arade tornou o seu solo fértil. No Palácio das Varandas viviam califas, príncipes e poetas.
Al-Mutamid Ibne Abbade, considerado o Príncipe dos Poetas, viveu em Silves dos 13 aos 28 anos, na 2ª metade do séc. XI. Este poeta muçulmano criou uma vasta obra e vários dos seus versos encontram-se nas histórias de Mil e Uma Noites.
Em Silves, a Lenda das Amendoeiras foi aplicada ao amor entre a nórdica ‘Itimad, também conhecida por Romaiquia e o poeta e príncipe da cidade Al-Mutamid, filho do califa de Sevilha. Conta a lenda que a bela princesa morria de saudades por não ver a neve, como na sua terra. Para lhe agradar, o príncipe do sul que a raptara, mandou plantar em todos os campos amendoeiras para as flores alvas se confundirem com os flocos de neve. A princesa saciou assim as saudades e viveram felizes.
Em 1063, Al Mutamid, evocava assim a cidade:
“…Saúda o Palácio das Varandas da parte de um donzel
Que sente perpétua saudade do seu Alcácer.
Ali moravam guerreiros como leões e brancas gazelas
E em que belas selvas e em que belos covis!...”
Um cruzado, que fez a crónica da conquista da cidade pelos cristãos em 1189, referia-se a Silves assim:
 “Silves… erguia-se em anfiteatro, no seu esplendor de cidade asiática, com as fachadas árabes dos palácios a rebrilhar ao sol quase tropical, com os seus eirados e minaretes, as ruas pejadas de bazares, e, em baixo e ao redor, os pomares viçosos de amendoeiras, laranjeiras e figueiras, e no cimo, recortando-se no fundo azulado da serrania, o Alcácer de pedra ruiva, assente em terreno escarpado e encimado pelo torreão grande…”
Nos sécs. XI e XII, as crispações religiosas e políticas que assolaram o mundo islâmico reflectiram-se em Silves, pelas frequentes mudanças dos seus senhores e por combates entre facções rivais. Foi nesta situação que ocorreu a primeira conquista cristã em 1189. As tropas portuguesas, governadas por D. Sancho I, foram apoiadas por cruzados do Norte da Europa, que se dirigiam para a Palestina, e que aportaram acidentalmente em Lisboa. O domínio português manteve-se por menos de 2 anos. Em 1191, a cidade foi recuperada pelos mouros.
Em 1242, no reinado de D. Sancho II, Silves foi conquistada definitivamente por D. Paio Peres Correia.
Em meados do séc. XIII, D. Afonso III elevou Silves a sede de bispado e do governo militar, e a cidade tornou-se capital do Algarve.
No séc. XV, o Infante D. Henrique impulsionou a participação da sua população nas viagens marítimas dos descobrimentos portugueses. No entanto, os Descobrimentos desvalorizaram Silves ao fazer dos portos do litoral algarvio os novos centros económicos e políticos.
No séc. XVI, o assoreamento do rio Arade e a formação de áreas lodosas desencadearam o início da decadência da cidade. O consequente fim do lucrativo comércio com o Norte de África desviou a sua importância económica, política e militar.
Desde a conquista cristã até 1577, Silves foi capital episcopal da Província do Algarve. Em 1577, a sede do bispado foi transferida para Faro, sob forte contestação popular. Consequentemente, Faro atraiu os influentes homens de negócios que animavam a vida económica da cidade de Silves. Silves não voltou a recuperar o seu esplendor e, durante quase 3 séculos, o seu n.º de habitantes foi reduzido.
O terramoto de 1755 deixou pouco mais de uma dezena de casas habitáveis.
Na 2ª metade do séc. XIX e princípio do séc. XX, esta cidade tornou-se num importante centro de transformação de cortiça.
No início do séc. XX, o caminho-de-ferro chegou aos arredores da cidade.
Silves transformou-se num importante centro operário e industrial. A sua população cresceu e surgiram novas edificações.
O Estado Novo pôs fim ao ciclo industrial da cortiça. A produção de frutos secos foi substituída por uma prática agrícola assente no regadio e na produção de citrinos.
Actualmente, a economia da cidade de Silves encontra-se em crescimento e diversificação.
Na arquitectura local predomina o vermelho do Grés de Silves. Esta cidade mantém vestígios da presença árabe, como as ruas de casas brancas que respeitam o traçado medieval da antiga Almedina Xelb.
Nas construções que se encontram desde as muralhas até ao rio existem muitos e bons exemplos da arquitectura burguesa do final do séc. XIX e princípio do séc. XX, associada à prosperidade trazida pela indústria da cortiça.
A actual Rua da Sé foi a Rua Direita onde se aglomeravam as lojas dos grandes mercadores.

Cidade de Silves
Gentílico
Silvense


Rua Cândido dos Reis e Escadas Gregório Mascarenhas

Escadas Gregório Mascarenhas

Escadas Gregório Mascarenhas

Escadas Gregório Mascarenhas

Escadas Gregório Mascarenhas

Escadas Diogo Manuel

Escadas Diogo Manuel

Escadas Diogo Manuel

Escadas Diogo Manuel

Escadas Diogo Manuel

Rua do Mirante

Rua do Mirante

Rua do Castelo

Rua do Castelo

Rua do Castelo




Rua da Sé






Rua da Sé

Rua da Sé

Rua da Sé

Rua da Sé

Rua da Sé

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Largo do Município

Largo do Município

Largo do Município

Largo do Município

Largo do Município

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Rua Alexandre Herculano

Rua Alexandre Herculano

Rua Alexandre Herculano

Rua Alexandre Herculano

Rua Alexandre Herculano

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