A cidade de Silves é a sede do concelho de Silves e
situa-se na margem do rio Arade, entre a serra e o litoral.
Desde tempos longínquos, o rio Arade constituiu uma
via de navegação para os barcos dos povos do Mediterrâneo - fenícios, gregos e
cartagineses - atraídos pelo cobre e ferro extraídos no ocidente algarvio.
É à navegabilidade do rio Arade e à sua posição estratégica
no alto de um morro dominando um vasto espaço que Silves deve a sua fundação,
possivelmente durante o domínio romano.
Por volta de 714/ 716, com o início da ocupação
muçulmana, Silves transformou-se numa cidade próspera. No séc. XI, no tempo do
domínio árabe, Silves era a capital do Al-Gharb e um centro cultural onde
residiam sábios de diversas áreas, destacando-se poetas, músicos, filósofos e
historiadores. Os árabes deram-lhe o nome de Shelb.
A ocupação muçulmana do actual
território algarvio e a prolongada permanência e superioridade cultural dos
povos árabes mantiveram-se desde o séc. VIII até ao séc. XIII, e marcaram a
história e o urbanismo da cidade.
Em finais do séc. XII, Silves encontrava-se
fortificada, repleta de palácios, bazares com artigos orientais; e cercada por
pomares e jardins. A proximidade do rio Arade tornou o seu solo fértil. No
Palácio das Varandas viviam califas, príncipes e poetas.
Al-Mutamid Ibne Abbade, considerado o Príncipe
dos Poetas, viveu em Silves dos 13 aos 28 anos, na 2ª metade do séc. XI.
Este poeta muçulmano criou uma vasta obra e vários dos seus versos encontram-se
nas histórias de Mil e Uma Noites.
Em Silves, a Lenda das Amendoeiras foi aplicada ao
amor entre a nórdica ‘Itimad, também conhecida por Romaiquia e o poeta e
príncipe da cidade Al-Mutamid, filho do califa de Sevilha. Conta a lenda que a
bela princesa morria de saudades por não ver a neve, como na sua terra. Para
lhe agradar, o príncipe do sul que a raptara, mandou plantar em todos os campos
amendoeiras para as flores alvas se confundirem com os flocos de neve. A
princesa saciou assim as saudades e viveram felizes.
Em 1063, Al Mutamid, evocava assim a cidade:
“…Saúda o Palácio das Varandas da parte de um donzel
Que sente perpétua saudade do seu Alcácer.
Ali moravam guerreiros como leões e brancas gazelas
E em que belas selvas e em que belos covis!...”
Um cruzado, que fez a crónica da conquista da cidade
pelos cristãos em 1189, referia-se a Silves assim:
“Silves… erguia-se em anfiteatro, no seu
esplendor de cidade asiática, com as fachadas árabes dos palácios a rebrilhar
ao sol quase tropical, com os seus eirados e minaretes, as ruas pejadas de
bazares, e, em baixo e ao redor, os pomares viçosos de amendoeiras, laranjeiras
e figueiras, e no cimo, recortando-se no fundo azulado da serrania, o Alcácer
de pedra ruiva, assente em terreno escarpado e encimado pelo torreão grande…”
Nos sécs. XI e XII, as crispações religiosas e
políticas que assolaram o mundo islâmico reflectiram-se em Silves, pelas
frequentes mudanças dos seus senhores e por combates entre facções rivais. Foi
nesta situação que ocorreu a primeira conquista cristã em 1189. As tropas
portuguesas, governadas por D. Sancho I, foram apoiadas por cruzados do Norte
da Europa, que se dirigiam para a Palestina, e que aportaram acidentalmente em
Lisboa. O domínio português manteve-se por menos de 2 anos. Em 1191, a cidade
foi recuperada pelos mouros.
Em 1242, no reinado de D. Sancho II, Silves foi
conquistada definitivamente por D. Paio Peres Correia.
Em meados do séc. XIII, D. Afonso III
elevou Silves a sede de bispado e do governo militar, e a cidade tornou-se
capital do Algarve.
No séc. XV, o Infante D. Henrique
impulsionou a participação da sua população nas viagens marítimas dos
descobrimentos portugueses. No entanto, os Descobrimentos desvalorizaram Silves
ao fazer dos portos do litoral algarvio os novos centros económicos e
políticos.
No séc. XVI, o assoreamento do rio
Arade e a formação de áreas lodosas desencadearam o início da decadência da
cidade. O consequente fim do lucrativo comércio com o Norte de África desviou a
sua importância económica, política e militar.
Desde a conquista cristã até 1577, Silves foi capital
episcopal da Província do Algarve. Em 1577, a sede do bispado foi transferida
para Faro, sob forte contestação popular. Consequentemente, Faro atraiu os
influentes homens de negócios que animavam a vida económica da cidade de
Silves. Silves não voltou a recuperar o seu esplendor e, durante quase 3
séculos, o seu n.º de habitantes foi reduzido.
O terramoto de 1755 deixou pouco mais de uma dezena de
casas habitáveis.
Na 2ª metade do séc. XIX e princípio do séc. XX, esta
cidade tornou-se num importante centro de transformação de cortiça.
No início do séc. XX, o caminho-de-ferro
chegou aos arredores da cidade.
Silves transformou-se num importante
centro operário e industrial. A sua população cresceu e surgiram novas
edificações.
O Estado Novo pôs fim ao ciclo
industrial da cortiça. A produção de frutos secos foi substituída por uma
prática agrícola assente no regadio e na produção de citrinos.
Actualmente, a economia da cidade de Silves
encontra-se em crescimento e diversificação.
Na arquitectura local predomina o vermelho do Grés de
Silves. Esta cidade mantém vestígios da presença árabe, como as ruas de casas
brancas que respeitam o traçado medieval da antiga Almedina Xelb.
Nas construções que se encontram desde as muralhas até
ao rio existem muitos e bons exemplos da arquitectura burguesa do final do séc.
XIX e princípio do séc. XX, associada à prosperidade trazida pela indústria da
cortiça.
A actual Rua da Sé foi a Rua Direita onde se aglomeravam as lojas dos grandes mercadores.
A actual Rua da Sé foi a Rua Direita onde se aglomeravam as lojas dos grandes mercadores.
Cidade de Silves
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Gentílico
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Silvense
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Rua Cândido dos Reis e
Escadas Gregório Mascarenhas
Escadas Gregório
Mascarenhas
Escadas Gregório Mascarenhas
Escadas Gregório Mascarenhas
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Escadas Diogo Manuel
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Escadas Diogo Manuel
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Rua do Mirante
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Rua do Castelo
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Rua da Sé
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Largo do Município
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Rua Alexandre Herculano
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